segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"o último dia de nós dois"

ao som de: http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=9in_2bpi2Bg
que o último dia de nós dois teve as confissões que o conforto da calma nos impediu de fazer antes.
quando havia calma, havia a garantia de um dia seguinte.
não ter o que dizer doía, mas dizer qualquer coisa doía também. e dor por dor, quem é que pode escolher?
quem não tem a voz embargada de choro, eu penso.

e o seu valor em mim deixou de ser sensação pra ganhar o título  de certeza. de que a sua marca ficaria de algum jeito mais permanente.
e você me olhou com mais cuidado, mais detalhamento, mais vontade de fotografar tudo ali - num 3D com cheiro, sabor e tudo o mais a que se tiver direito.
e você fez a fineza de me fazer completamente feliz. de se sacrificar em ser alguém mais parecido comigo do que com você mesmo - por um dia que fosse, o nosso dia.
e você só me prometeu o que eu queria ouvir. e você escondeu o que infelizmente sabíamos desde o primeiro dia.
e tocamos em assuntos intocáveis. discorremos sobre a morte da bezerra, a transcendentalidade da margarida e nos esquivamos das verdades cruas, muito mais pontudas. nos consolamos da dor que nos causávamos.
e me travam as mãos agora a vontade de traduzir um momento tão longo, tão fundo.
e me travavam também as palavras. é que doía, fazia querer chorar. essas emoções muito grandes parecem sempre injustiçadas se verbalizadas, não?

é, acho que eu não estou pronta pra desabafar isso ainda. acho que dá medo demais das lembranças me escaparem assim. eu tenho um apego muito grande pelos meus traumas também.

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