segunda-feira, 17 de outubro de 2011

entre tanta gente

dizem que acontece uma vez em uma vida. conjunção estelar, história de anjos, presente do zodíaco, feromônios destinados, e o que mais se quiser supor.
apaixonam-se os dois. quaisquer dois. dois anônimos, desconhecidos ao mundo e ao mesmo tempo centro do universo. um universo perdido e sublime e pronto, ela começa a cantarolar boleros franceses, se pega sorrindo por uma frase de outdoor, se emociona com uma foto de porta retrato na loja. Ele se esquece de onde pôs as chaves do carro e se esforça em vão pra se irritar com isso, mas não tem jeito, o mau humor não vem - e sorri. Ela para de comer, o estômago têm estado tão cheio de borboletas - sorri. Ele se pega estranhamente interessado naquele pintor de quem ela tanto fala - e sorri. Ela sente de repente um impulso tão forte de abraçar o mundo inteiro e distribuir beijos em pacotinhos - sorri. Ele se demora tempo demais nas fotos dela - e sorri. Ela reconhece o perfume dele pela rua - sorri.
O friozinho na barriga muda de sensação pra estado permanente. E cada encontro tem ares de grande dia até que os grandes dias passam a ser todos os dias. E eles se gostam, se entendem, só param de se beijar se for por um abraço - e sorriem.
Lembram-se de uns tempos tão tristes e agora tão distantes - pré-históricos, quiçá - e sorriem aliviados pela sorte que tiveram, pelo conto de fadas em que acordaram. E NO MEIO DE TANTA GENTE, EU ENCONTREI VOCÊ. ENTRE TANTA GENTE CHATA E SEM NENHUMA GRAÇA, VOCÊ VEIO.

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