sábado, 29 de outubro de 2011

Aos que escaparem

Bonito,
como vai você hoje? Tenho estado muito bem, obrigada.
Acho que essa brilhante ideia de repassar mentalmente 20 vezes nosso ontem foi bem certeira em inventar alguma consideração por você... A verdade é que o que me intriga é a eterna dúvida de como as coisas podem não ser recíprocas... Não assimilo que você não tenha sentido o mesmo que eu senti naquele dia... impossível...tava no ar e não parecia ser só no meu. Fosse o que fosse aquilo me atingiu e eu não vejo como você pode ter se livrado do mesmo mal.
Me perdoe, bonito, mas você não parece mentir tão bem assim... não soa possível pra ninguém - não que eu queira subestimar algum defeito seu. Mas é que foi um dia bonito, desses em que tá todo mundo mais brilhante, mais frágil...em que o equilíbrio que existe é tenso e doce e qualquer perturbação parece capaz de provocar uma explosão deliciosa, e intencionalmente provocada.
E foi mesmo desses encontros bem sonoros, bem intensos quando um abraço tem ares de tentativa de somar o outro a si mesmo, assim, colado, permanente. Dia assim em que tá todo mundo mais bonito, mais vivo e simples sabe?
Conheço minhas neuras inconsoláveis, meus medos poderosos e compreendo que eles te assustem também, só te peço que tente mandar pra mim uma correspondência. Não como essa carta aqui... Uma correspondência emocional.
Uma vez na vida.
Atenciosamente,

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