quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Café e caramelo

Vejo que as horas me fogem. Se empurram.
7,8,9, meio dia, 17, 21, 00.
Já se foi? E ainda há tanto. Tanto que se queira, que se precise, tudo a se fazer. Mas as horas já passaram.
Foi o dia e eu fiquei. Mas, olha, já tava de saída - dessa pra uma outra. Pra uma nice.

Tenho desejo de tempo. Tanto. Tento! - mas me canso.
Há uma alma em mim, há uma calma que não condiz com a nossa pressa, com o resto que nos resta.

Quisera me jogar no mundo. E muito me ponho no mudo. Me reclamo e tomo um café com bala de caramelo. Que torne as coisas mais vivas e menos sedativas.
E desdobro a agenda com yogas e rodas de conversa das bruxas e cervejas e francês. Tudo que me distraia de quem eu prometi ser.
Pra quem?
Pra quando?


E encaixo a análise. Entre aulas sonâmbulas, um almoço mal mastigado e pdfs grifados. Entre uma ou outra festa ruim.
Lado a lado com compromissos de amigos de quem não me lembro.
Ou encontros em que não gozei.
Beijos indiferentes. Esbaforidos. Anacrônicos. Com gosto de cerveja quente e cigarro de palha.

E vou encaixando tudo. Numa rotina em que faltam horas. E sobram horários marcados.
Uma rotina em que sobra queros e falta eu. 

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