sexta-feira, 4 de maio de 2012

"querido diário otário,"

Deu aqui uma vontadezinha quase infantil, quase imprudente de escrever pra desejar... Sentir de alguma forma minhas vontades mais próximas de se concretizarem... Dizem que quando a gente pronuncia, as coisas ficam mais reais, mais 'acontecíveis'. Dizem...
Acho chato falar sobre frivolidades, fragilidades, que soam ainda mais estúpidas nessas páginas floridas e rosadas... Nunca curti o papel de pequena grande crise, de pessoa reduzida a faixa etária... Não que eu queira de alguma forma me colocar acima disso - só acho que nossos dramas são assim meio individuais, ou deveriam ser, sem necessariamente serem endemias de adolescente...Endemias de meia-idade, chatices de velho, enfim...

Enfim, acho chato mesmo falar sobre frivolidades, mas falo porque sinto... E acho chato mesmo senti-las também...
Acho complicado querer a todo custo me livrar de mim mesma nesses confessionários mudos, nessas terapias pessoais - mas é complicadamente funcional...
É por isso que me dou aqui, a liberdade irrestrita de filosofar, sistematizar, teorizar, exagerar, dramatizar e me ridicularizar quantas vezes forem necessárias... Já me seguro tanto com tantas coisas, com tantas pessoas, em tantos lugares, durante todas as horas do dia...
Eu odeio sentir vergonha das coisas que eu sinto, das coisas que eu penso... Morro de inveja de certas maturidades, de certas clarezas, certas praticidades... Fico aqui, com arrependimentos e recalques do que nunca foi culpa minha... Fico aqui com lembranças maravilhosas de acontecimentos medíocres... É que as coisas são assim, muito mais bonitas de longe, muito mais valorosas quando passadas...
E é difícil essa vida de viciada em pretérito, de viciada em talvez, de viciada em querências, demências, falências...

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