E foi achando seu porta jóias cada vez menos bonito, menos brilhante. E tanto encanto diminuira, ou, pesarosamente, sumira. Mas disseram que "não se acaba assim, feito espumas ao vento."... só que isso ela realmente não podia afirmar.
Porque, meu Deus, no início era tão belo e a fazia tão feliz. Ou será que não fazia? Será que ela só estava feliz assim, por si, e o objeto por perto levava crédito indevido?
Acho que talvez essa estória toda passe por aí. Às vezes quem tem perdido o brilho é ela, e já não tem mais aqueles olhinhos felizes de otimismo. E nem porta-jóias, nem porta-retrato, nem coisa alguma muito bonita ou brilhante.
Surtou. Pudera fugir. Sair voando de avião, assim: sozinha. Num dia daqueles em que música nenhuma anima e as mais tristes são pouco tristes.
E ela morreu de medo de ter se transformado nas coisas que nunca desejou. E lembrou que jurou só aceitar ser feliz, mas no meio do caminho deu cansaço, se acomodou. E que não é tão fácil quanto se supõe livrar-se de uma coisa pouca. Ficou louca.
Acordou e não tem mais o tempo que passou. Desesperou: ainda tem todo o tempo do mundo, pra viver do mesmo jeito parado, acomodado. "Sempre em frente!" com tão pouca coragem nunca pareceu tão 'pra trás'
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